DOR PÉLVICA E INFERTILIDADE

Dor pélvica crônica é definida como dor em baixo ventre, não menstrual ou não cíclica, com pelo menos seis meses de duração, suficientemente intensa para interferir em atividades habituais e que necessite de tratamento clínico ou cirúrgico.

A dor pélvica crônica pode acometer cerca de 20% da população feminina, afetando principalmente mulheres na idade reprodutiva e está associada a alterações físicas, emocionais, comportamentais e sexuais. A dor possui intensidade variada e, usualmente, possui caráter constante, que piora no período pré-menstrual e menstrual.

Dor pélvica crônica na mulher pode decorrer de diversas patologias. Dessa forma, podem ter origem em órgãos ginecológicos ou em outras estruturas pélvicas. Usualmente é resultante de processos inflamatórios/infecciosos pélvicos ou pode decorrer de tumores ou cistos ovarianos. Podem, ainda, ter como causa doenças neoplásicas ou não neoplásicas, mas que determinam proliferação e infiltração em órgãos pélvicos.

Dentre as causas mais frequentes de dor pélvica crônica, a endometriose representa a causa que impõe maior dificuldade de diagnóstico e, também, de tratamento. Esta doença consiste na localização ectópica de endométrio, isto é, fora do seu sítio normal que é a cavidade uterina. Esta situação, além de causar dor pélvica, pode também determinar infertilidade feminina, a depender da sua localização e intensidade.

Diante de casos de dor pélvica crônica, inicialmente deve-se realizar uma consulta visando à averiguação detalhada da história clínica da mulher e um exame físico e ginecológico bem executado por ginecologista experiente na abordagem deste problema. Dessa forma, será possível identificar pormenores clínicos e elementos do exame da pelve que sejam sugestivos de endometriose. A partir desta suspeita, existem diversos exames complementares úteis à investigação, que incluem exames de imagens por maio dos quais permitirá aumentar a suspeita da doença ou afastar sua probabilidade.